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Empréstimo consignado: jovens são os que mais contratam crédito no país

Público é responsável por 29,4% do total de contratos formalizados até outubro com desconto direto na folha de pagamento

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Jovens e adultos entre 20 e 29 anos são os maiores tomadores de empréstimos consignados no Brasil, conforme pesquisa divulgada recentemente por especialistas no mercado.

Este público, segundo o levantamento, é responsável por 29,4% do total de contratos formalizados até outubro de 2022 com desconto direto na folha de pagamento.

Na sequência, em segundo lugar, estão pessoas entre 30 e 39 anos, com 22,1% dos empréstimos feitos ainda este ano. No ano passado, os percentuais eram de 22,2% (20 a 29 anos) e 20,4% (30 a 39 anos).

A pesquisa engloba tanto empréstimos consignados pelo Siape quanto via Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) .

O aumento de contratação entre jovens é também bastante percebido quando o recorte é feito entre os servidores públicos federais. Segundo a pesquisa, em 2018, o percentual do funcionalismo na faixa de 20 a 29 anos era de 8,1% e hoje representa 15,8% na base de dados da pesquisa.

"Muitas hipóteses podem explicar esses números. Uma delas é que este grupo de jovens servidores precisou, nos últimos anos, recorrer mais ao empréstimo consignado para pagar contas e realizar desejos de consumo. Com a pandemia da COVID-19 e o congelamento de salários do funcionalismo, o empréstimo consignado torna-se a principal alternativa para os servidores públicos terem dinheiro extra com baixo custo", avalia o empresário Gustavo Gorenstein.

Segundo ele, recentemente várias medidas garantiram o aumento da margem consignável, valor máximo da renda que pode ser comprometida com esta modalidade de crédito. 

Até o início de dezembro deste ano, os servidores públicos federais têm garantida margem de 40% da renda líquida, sendo 35% para débitos decorrentes de empréstimo consignado e 5% para despesas do cartão de crédito consignado. 

"A Medida Provisória do governo federal que aumentou a margem dos servidores federais está em análise no Congresso; ela precisa ser votada e aprovada até o começo de dezembro de 2022. Caso contrário perderá a validade e, com isso, os servidores públicos da União voltam a ter uma margem consignável menor, o que restringe sua capacidade de obter crédito consignado, que é o de menor custo do mercado”, informa Gustavo.

Por: Lívia Macário / Fonte: Portal Contábeis