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Consignado do Auxílio Brasil: governo cita 'constantes tratativas', mas não informa data para começar a liberar empréstimo

Ministro da Cidadania afirmou que modalidade seria oferecida em setembro, o que ainda não aconteceu. No consignado, as parcelas são descontadas direto na fonte; entidades veem risco


Foto: André Melo Andrade/Immagini/Estadão Conteúdo

O Ministério da Cidadania informou na última quarta-feira, 21 de setembro, que segue "em constantes tratativas" com órgãos e instituições para liberar o empréstimo consignado para beneficiários do Auxílio Brasil.

O governo, no entanto, não informou uma data para liberar esse tipo de empréstimo – que é promessa do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). A linha de crédito poderá ser ofertada por bancos e demais instituições financeiras.

Em agosto, o ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, havia afirmado que os empréstimos começariam em setembro – o que até agora não se confirmou.

"A pasta segue em constantes tratativas com todos os órgãos e as instituições envolvidas no processo para garantir mais esse direito à população de baixa renda, sem comprometer a renda básica que vem sendo assegurada pelo Governo Federal a mais de 20 milhões de famílias brasileiras, por meio do Auxílio Brasil", afirmou a Cidadania em nota.

O que falta?

A lei que permite o consignado para beneficiários do Auxílio Brasil -- com desconto direto na fonte -- foi sancionada no começo do agosto. Um decreto regulamentando as concessões foi publicado no mesmo mês, mas ainda não é possível fazer o empréstimo.

O Ministério da Cidadania precisa editar normas complementares para que as instituições financeiras possam dar início às operações de crédito. A pasta não informa quando essas normas vão sair e nem o motivo para o atraso.

Em nota, diz apenas que o "Ministério da Cidadania tem o objetivo de assegurar à população em situação de vulnerabilidade social a democratização do acesso formal ao crédito, em condições justas de taxas juros, que ajude na superação da pobreza e no enfrentamento ao problema de endividamento das famílias".

Por: Jéssica Sant'Ana, Alexandro Martello e Ana Paula Castro | Fonte: G1