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Algumas palavras sobre o fim de ano

Este 2021 também não foi fácil. E tão dolorido quanto seu antecessor. Mas somos resilientes

Foto: Stock Snap/Pixabay

Entre conexões e desconexões, enfrentamos momentos atípicos em nossas vidas neste último biênio. Situações adversas e inéditas em muitos e muitos anos, as quais afetaram nossos bolsos, nossos humores, nossa estabilidade... Nossas vidas. Quarentenas, novos medos, novas preocupações e novas práticas povoaram os dias destes tempos de pandemia. Exigindo o máximo de nossas forças.

Não é fácil. A vida, por si só, é uma espécie de montanha-russa de conquistas e de reveses. Estamos acostumados. "Não se pode vencer todas..." diz a máxima universal. E até nos acostumamos. As eventuais quedas ensinam a levantar. Assim vamos vivendo, buscando o melhor, crescendo, aprimorando e aprendendo a levantar. Mas o baque da Covid-19 veio como um teste muito além das mais sádicas expectativas. A famosa virada de 180º. Deu até tontura. Dores, perdas, limitações, vida pela metade. Um redemoinho de sentimentos e sensações que ameaçaram sufocar-nos, o tempo todo. Foi bem assim: modo avalanche.

Mas sobreviver é preciso. Está no DNA. É da nossa natureza. Impulso inato. É o que fazemos diante das piores provações. Lutamos pela sobrevivência. E, é claro, isso soa simplista. É quase um reducionismo da emaranhada teia em que nos enredamos nestes últimos anos. Mas tem um único objetivo: lembrar que somos fortes. Temos energias e ímpetos que surgem dos vieses mais inesperados. Somos capazes, muito capazes, e se essa capacidade não é infinita, ela vai muito além, com toda a certeza, do que nossa vã filosofia permite conceber. E é isso que somos. Resiliência em forma de carne e osso. A vocação que nos cabe. Mais do que nunca, uma vocação útil e necessária.

Logo ali, daqui uns dias, o tal Ano Novo. Tudo muito simbólico. Baseia-se em conceitos astronômicos. Contagem de rotações e revoluções dos astros. Mas quem se importa com essa fundamentação toda na hora do brinde? O simbolismo é que o importa, dia 31, segundos antes da meia-noite. Vamos ficar com ele. Vislumbrando o novo. O recomeço. Os famosos dias melhores. Vamos abraçar esses dias. Dias que a nossa resiliência, nossa capacidade, nossa força, permitiu-nos alcançar.

Por: José Francisco Alves | Publicitário
J. F. Alves Comunicação